Olá ! Este é o blog de Corticoides e Hormônios da Tireoide da disciplina de BioBio da UnB . Aqui discutiremos um pouco mais sobre esses mediadores químicos sob diversos ângulos. Sejam muito bem-vindos !
É constante a divulgação de dietas para a perda de peso rápido e sem muito esforço com o uso de "medicamentos emagrecedores", principalmente, em uma sociedade que cultua a perfeição do corpo. O uso de hormônios tireoidianos com essa finalidade é comum e precisa de uma atenção especial, haja vista que, é o segundo medicamento mais vendido no ano de 2012, de acordo IMS Health, consultora especializada na área da saúde.
De acordo com a endocrinologista Maria Edna de Melo, há uns 20 anos atrás já houve prescrição de hormônios tireoidianos sintéticos para a perda de peso. O uso da levotiroxina sódica (T4 sintético recomendado a pacientes com hipotireoidismo) para o tratamento da obesidade se deve ao fato desses hormônios serem os responsáveis pelo o metabolismo basal. Assim, quando há mais hormônios que o normal ocorre maior gasto de energia, sendo atraente para quem quer emagrecer.
No entanto, o uso indevido desse medicamento aumenta a velocidade de consumo de energia, provoca perda de massa muscular (leva à fraqueza, deixa os músculos vagarosos e causa tremores musculares), aumenta o gasto de minerais e vitaminas, acelera o funcionamento de outras glândulas e ,assim, desregula o organismo. Além disso, cria um risco cardiovascular podendo gerar uma morte por parada cardíaca e há o risco de desenvolver o hipertireodismo subclinico, entre outros problemas.
Dessa forma, e com base do artigo Thyroid Hormone Therapy for Obesity and Nonthyroidal Illnesses: A Systematic Review analisou-se que o uso desses hormônios sintético não é justificável , pois há mais efeitos adversos que benefícios.
Os hormônios da tireoide
são os principais reguladores metabólicos do organismo.
A glândula tireoide é a
responsável pela produção desses hormônios: T3 (triiodotironina) e o T4
(tiroxina).
O T3 e o T4 estimulam o
metabolismo celular e, consequentemente, a mitocôndria e a respiração celular,
além de serem regulados pelo TSH (thyroid-stimulating hormone).
Quando há uma disfunção
desses hormônios, o metabolismo energético fica comprometido. No caso do
hipotireoidismo, o metabolismo fica lento pela ausência ou queda na produção de
hormônios tireoidianos e, no hipertireoidismo, ocorre o inverso, o metabolismo acelera
pelo aumento desses hormônios.
Devido a relação que têm com
o metabolismo de carboidratos, ocorrendo a disfunção no controle de substâncias
chamadas glicosaminoglicanos, há a associação do hipotireoidismo com a
obesidade. Essas substâncias passam a se acumulam em diversos tecidos e retêm
água.
Assim como ocorre maior
armazenamento desse nutriente e formação de gordura, a queima desse estoque é
dificultada, o que gera ações em cadeia como: o aumento dos triglicerídeos,
colesterol e, em casos mais graves, a aceleração na formação de placas de
gorduras nos vasos sanguíneos.
Entretanto, o ganho de
peso não pode ser consequência exclusiva da disfunção desses hormônios. Outros
fatores também contribuem - alimentação desregrada, sedentarismo, entre outros.
Porém, é um alerta para se buscar um acompanhamento do peso com especialistas.
O ciclo circadiano,
também conhecido como relógio biológico, é o período de, aproximadamente, 24
horas (um dia) em que se completam as atividades do ciclo do corpo humano.
O funcionamento do
organismo depende de ações rotineiras e cíclicas ao longo do dia. A regulação
da temperatura corpórea, o funcionamento do sistema digestório e o estado de
vigília são exemplosde ritmo circadiano.
O ciclo circadiano é controlado
nos núcleos supraquiasmáticos (NSQ) do hipotálamo, e estes, por sua vez, são submetidos
ao controle temporal de elementos sincronizadores, entre eles, a luz.
A luz solar do amanhecer
estimula o nervo óptico a levar sinal ao sistema nervoso central, que é
redirecionado para o NQS, e assim altera a produção dos corticoides.
Nota-se que, pela manhã,
há um pico de cortisol, que serve como um despertador e, nas horas seguintes, o
seu nível vai diminuindo, como pode ser observado no gráfico. Esse aumento
serve como um preparo para o corpo para as seguintes mudanças metabólicas.
A regulação do cortisol
também ocorre por mecanismo de feedback.
Há vários hormônios que
estimulam e inibem a síntese de cortisol para que o organismo use somente o
necessário para o seu funcionamento sem gastos excessivos.
A variação, ao longo do
dia, das concentrações dos corticoides também estão correlacionadas com estados
emocionais, ou seja, o psicológico também é capaz de provocar picos ou quedas
de cortisol e, como resultado, a alternância de humor das pessoas.
Estudos demonstram que as
disfunções na produção de cortisol têm relação com distúrbios de depressão e
ansiedade.
Possível perceber, assim,
que as variações da concentração do cortisol e alterações em algum desses mecanismos
regulatórios implica, ou pode implicar, o desenvolvimento de doenças.
A tireoidite de Hashimoto é uma doença auto-imune, em que o próprio
corpo produz anticorpos contra a glândula da tireoide, levando a uma inflamação
crônica. Isso acarreta vários problemas, como a deficiência hormonal, o bócio e
o hipotireoidismo. Geralmente os anticorpos são contra enzimas existentes na
glândula (anticorpos antimicrossomais e antitireoperoxidase) ou contra a
tireoglobulina, que é uma das mais importantes proteínas existentes na
tireoide, já que são precursoras de hormônios.
A doença atinge principalmente mulheres e acredita-se que existem pré-disposição genética, já que várias pessoas de uma mesma família a apresentam.
Os sintomas da tireoidite de Hashimoto podem ser locais e/ou gerais. O
principal sintoma local é o aumento de volume da tireoide e dor local, o
aumento de volume de toda a glândula é denominado bócio difuso. A dor é leve e
suportável, quando a dor experimentada for muito forte, deve-se suspeitar de
infecção viral (tireoidite sub-aguda) e não doença auto-imune. O principal
sintoma geral é a diminuição dos hormônios produzidos pela tireoide, o que leva
a uma hipotireoidismo primário. Outras consequências são: destruição das células do epitélio da
tireoide, infiltração linfoide e fibrose; diminuição do tamanho e do número de
folículos normais (unidades funcionais da glândula). Alguns sinais e sintomas:
cansaço, fraqueza, pele seca, sensação de frio, ganho de peso; edema de face,
mãos e pés (mixedema), alopecia difusa (perda de cabelos).
Nos casos em que ocorre o hipotireoidismo faz-se tratamento específico.
Nos casos em que os anticorpos são positivos e a função tireoideana é normal, o
paciente deve realizar uma avaliação médica e hormonal periódica (semestral ou
anual) e medicado de acordo com sua evolução.
Apesar de serem detectados anticorpos contra a glândula tireoide, o
tratamento com medicamentos que possam eventualmente diminuí-los não está
indicado. Assim, pessoas que apresentam anticorpos positivos, não devem ser
medicados com corticoides, anti-inflamatórios ou imunossupressores. Os efeitos
colaterais dessas drogas são maiores que seus benefícios nesses casos.
Atualmente, não se conhece formas de prevenção dessa doença.
O diabetes é uma
doença onde o organismo não absorve o açúcar disponível no sangue. Isso pode
ocorrer devido à deficiência hormonal (insulina) o que caracteriza o diabetes tipo 1. Ou a ineficácia da
insulina presente - diabetes tipo 2. CORRELAÇÃO COM O AÇÚCAR: O diabetes tipo 2 está
relacionado a altas taxas de glicemia constantes. Isso pode ser genético ou consumo exagerado de açúcares, além de outros fatores. Um modo
de controlar a doença é diminuir a ingestão de alimentos ricos nesse composto.
Pessoas portadoras
de diabetes tipo 1 tem mais probabilidade (de 30 a 50 vezes) de apresentar
outras doenças auto-imunes, o que a correlaciona com a doença tireoidite de
Hashimono (uma doença autoimune abordada em outro post do blog, conhecida por ser a
causa mais comum de hipotireoidismo). Ou seja, pessoas diabéticas tendem a
apresentar mais comumente problemas na tireoide.
Já o diabete tipo 2
e o pré diabetes também estão relacionados com a tireoide à medida que pessoas com
essas condições têm um risco maior de apresentarem anticorpos para a tireoidite
de Hashimoto e posteriormente apresentar o quadro de hipotireoidismo.
De acordo com a
especialista Dra. Denise Reis Franco, endocrinologista, mestre pela
Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP),
diretora científica da Associação de Diabetes Juvenil, "a
estimativa de problemas na tireoide é de 23,4% para pacientes com diabetes tipo
1 e 10,8% para portadores de diabetes tipo 2".
Já o inverso também é verídico, porque o diabetes pode
ser influenciado por problemas na tireoide. No hipertireoidismo, existe
uma elevação na produção de glicose e consequentemente da glicemia. Em situações normais, a elevação da
glicemia pode ser controlada com a produção de insulina, quadro impossibilitado
em pessoas diabéticas não tratadas, tanto do tipo 1 quanto do tipo 2.No quadro de
hipotireoidismo, o contrário acontece e é difícil manter a glicemia com
episódios de hipoglicemia constantes, além do acumulo de gordura no sangue,
o que piora o quadro clínico de diabetes.
Os corticoides são um conjunto de hormônios esteróides produzidos pelas
glândulas suprarrenais (ou adrenais), com importantes funções no organismo
humano, dentre elas o equilíbrio eletrolítico (íons e água) e a regulação do
metabolismo.
As suprarrenais tem duas regiões básicas: a medula (mais interna), responsável pela
produção de catecolaminas - adrenalina, noradrenalina e dopamina - importantes
interferentes metabólicos; e o córtex
(mais superficial), que produz os corticoides,
além de hormônios androgênicos.
O córtex das glândulas adrenais é dividido em :
- Zona Glomerulosa: onde
são produzidos os mineralocorticoides, como a aldosterona,
responsáveis pela regulação eletrolítica
do organismo, sobretudo as taxas de sódio e potássio
- Zona Fasciculada e a Zona Reticular: onde são feitos os
hormônios androgênicos e os glicocorticoides, como o cortisol, responsáveis
pela regulação do metabolismo de
compostos energéticos (lipídios, carboidratos) e efeitos no metabolismo
geral (tal como respostas ao stress).
A síntese
dos corticoides ocorre a partir das moléculas de colesterol (lipídeo esteroide de 27
carbonos).O
córtex das glândulas adrenais usa o colesterol (substância de origem animal, obtida pelo ser humano por meio da
alimentação ou por síntese endógena) como precursor na síntese de
mineralocorticoides e glicocorticoides.
O colesterol ingerido quando nos alimentamos é absorvido no
intestino delgado, seguindo, por meio de lipoproteínas conhecidas como
quilomícrons, até o fígado, onde se associa às lipoproteínas LDL e vai, pela
corrente sanguínea, para outros tecidos (inclusive para o córtex adrenal, onde
se dá a síntese de corticoides) ou é sintetizado pelo próprio organismo, por
outra via (que não importa no momento).
O
início do processo de síntese dos
corticoides ocorre nas mitocôndrias das
células do córtex adrenal. A entrada do colesterol nessas mitocôndrias é
mediada por proteínas conhecidas como StAR (Steroid Acute Regulatory). Então,
enzimas mitocondriais são responsáveis pela clivagem da cadeia carbônica
lateral ligada ao carbono 17 do colesterol.
Esse
mecanismo envolve a hidroxilação de dois carbonos adjacentes, o 20 e o 22
(gerando um composto intermediário: o 20,22-diidroxicolesterol), e a seguinte
clivagem da ligação entre ambos, demandando gasto de NADPH e de O2.
Tal processo é catalisado pela enzima P450scc, também conhecida como
20,22-desmolase. Com isso, retiram-se 6 carbonos do colesterol, originando uma
substância de 21 carbonos: a pregnenolona.
A
partir da pregnenolona podem ser gerados o cortisol (principal
glicocorticoide), e a aldosterona, (principal mineralocorticoide) os principais
corticoides produzidos.
Após
sua síntese, a pregnenolona sai da mitocôndria para o citoplasma, onde é
transformada em compostos intermediários, os quais retornam à mitocôndria, e,
dependendo da parte do córtex da glândula adrenal em que se encontram, são
conduzidos por um conjunto diferente de enzimas mitocondriais à produção dos
distintos hormônios corticoides.
O processo de conversão de pregnenolona em
aldosterona
ocorre na Zona Glomerulosa das glândulas adrenais, em etapas desde a
transformação de pregnenolona em progesterona, mediada pela enzima
3β-hidroxiesteroide-desidrogenase; da progesterona, produz-se o
11-deoxicorticosterona (DOC) e a corticosterona, a qual é convertida a
aldosterona, já na mitocôndria, por ação da aldosterona sintase. As
Zonas Fasciculada e Reticular não possuem essa enzima, portanto, não
transformam a corticosterona em aldosterona e acabam secretando corticosterona
(um glicocorticoide, com efeitos semelhantes aos do cortisol).
Já a conversão de pregnenolona em
cortisol acontece na Zona Fasciculada e Zona Reticular do córtex das
suprarrenais, onde o principal componente é a 17-OH Progesterona, que pode ser
obtida de duas maneiras: a pregnenolona é transformada em 17-OH Pregnenolona,
que é convertida a 17-OH Progesterona ou é transformada em Progesterona, que é
convertida a 17-OH Progesterona.
Em ambos os casos, nota-se a participação da P450c17, uma enzima
exclusiva das Zonas Fasciculada e Reticular. A 17-OH Progesterona obtida é
convertida a 11-Deoxicortisol, o qual volta para a mitocôndria e, por meio da
enzima 11β-Hidroxilase, é convertido em cortisol. A enzima P450c17 leva também,
nessas duas zonas, à produção de precursores de hormônios androgênicos e
"sexuais", como o estradiol.
A síndrome de Cushing, também conhecida como hipercortisolismo ou
hiperadrenocortilismo, é um conjunto de sinais e sintomas que indicam a
presença elevada de cortisol no sangue, seja ela pela produção excessiva do
hormônio pela glândula Adrenal, por ingestão medicamentosa, ou ainda, como já
falado anteriormente neste blog, estresse.
O cortisol é um hormônio esteroide
produzido pelo córtex da Adrenal, fato que o classifica como um corticoide. Sua
produção é vinculada ao estimulo do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela
glândula hipófise e suas funções são, primordialmente: aumento do açúcar
sanguíneo pela gliconeogênese, aceleração do metabolismo de várias
biomoléculas, tais como os lipídios, carboidratos e proteínas.
Tendo em vista o supracitado, essa
síndrome pode ser causada tanto de forma exógena, por meio da ingestão de
medicamentos corticoides, como prednisona e prednisolona (medicamentos
geralmente ligados a tratamentos de asma e artrite reumatoide), como também
endógena, onde se dá por disfunções na glândula Adrenal e/ou exposição a níveis
muito altos de estresse. Existe relação entre tais disfunções e tumores na
glândula adrenal, sendo que ela pode advir de tumores ou ainda pode vir a
causá-los.
Os sintomas da síndrome consistem em rápido
ganho de peso, particularmente do tronco e face, excluindo-se os braços e
pernas, que se mantém com pequenos diâmetros. Um sinal comum é o crescimento
dos depósitos de gordura ao longo da clavícula e na parte posterior do pescoço
e uma face arredondada (chamada corriqueiramente de face de lua) . Outros
sintomas incluem a hiperidrose – transpiração anormal, desnecessária para a
regulação da temperatura corporal –, dilatação dos capilares, afinamento da
pele – que provoca secura e hematomas, principalmente nas mãos. Pode ocasionar
estrias no tronco, nádegas, braços, pernas ou seios, fraqueza muscular,
hirsutismo – crescimento de pelos faciais de padrão masculino nas mulheres –,
calvície ou cabelos extremamente secos e quebradiços. Em casos raros pode causar
hipercalcemia – altos níveis de cálcio no sangue –, que pode levar a necrose da
pele.
Além disso, pode-se identificar como
sinais da doença a poliúria – produção excessiva ou anormal de urina.
Um sintoma bastante relevante, dada
a temática central “Açúcar” é a deficiência na tolerância à glicose,
resistência à insulina e o possível desenvolvimento de diabetes mellitus de
tipo 2 . A resistência à insulina é acompanhada por alterações da pele, como acantose nigricans – escurecimento da
pele – na axila e ao redor do pescoço, bem como marcas na pele da axila.
O tratamento de Cushing’s ainda é um
estudo em progresso e de bastante vanguarda na área da endocrinologia, sendo
que a hipofisectomia parcial é aceita como o tratamento ideal (BERTAGNA &
GUIGNAT, 2013), pois permite uma boa chance de 100% de sucesso, e ainda, caso
falhe, permite outras formas de tratamento medicamentoso.
Entretanto, existem, como estes próprios
autores estudam neste artigo, casos onde mesmo após uma, ou até mais cirurgias,
há recorrência da doença. Isso se dá por diversos motivos, dentre eles:
dificuldade do acesso transnasal, que facilita a execução de uma dissecação
imperfeita pela equipe cirúrgica, no caso de tumores; o crescimento de tumores
para dentro dos seios esfenoidais, o que faz com que eles dificilmente sejam
retirados em sua totalidade e reincidam; ainda o possível erro de diagnóstico,
no que concerne a crescimentos tumorais.
Há também, estudos bastante recentes
que pesquisam a ação demedicamentos que funcionam como antagonistas dos
receptores de glicocorticoides, tais como a Mifepristone,
que em um estudo concluído com 34 pacientes apresentando vários históricos
(tais como pós-cirurgia transesfenoidal, após recebimento de radioterapia,
entre outros), apresentou melhora em 88% dos pacientes após 24 semanas de
tratamento. (BRAUNSTEIN, et al. , 2013).
P.S. : O vídeo a seguir ilustra a técnica de acesso transesfenoidal para tumores na hipófise.
( A operação é feita por dois cirurgiões, um otorrino, que faz o acesso ilustrado no vídeo, e um neurocirurgião, que entrará após a exposição da hipófise. O vídeo se encerra com o cirurgião otorrino afirmando que a partir daquele ponto entrará o neurocirurgião. )
BIBLIOGRAFIA
BERTAGNA, Xavier;
GUIGNAT, Laurence. Approach to the Cushing's Disease Patient With
Persistent/Recurrent Hypercortisolism After Pituitary Surgery. Disponível em : < http://jcem.endojournals.org/content/98/4/1307.long
> Acesso em : 06/11/2013
BRAUNSTEIN, Glenn D., et al. Global clinical
response in Cushing's syndrome patients treated with mifepristone. Disponível
em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/cen.12332/full
> Acesso em: 06/11/2013
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Textbook of
Medical Physiology. 11th Edition. Pennsylvania:
Elsevier Saunders,2006.
WILKINSON, Allan B. Cushing’s Syndrome. Disponível em:
<http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1574387/pdf/califmed00180-0079.pdf>.
Acesso: 30/09/2013
O Hipotálamo é uma região do cérebro muito importante por ativar a hipófise e o sistema nervoso autônomo, quando respostas físicas e psicológicas são necessárias. Por consequência, o sistema endócrino é ativado também pelo hipotálamo. Essa ativação acontece do seguinte modo:O hormônio corticotrófico (ACTH) é secretado na hipófise (estimulada pelo hipotálamo) e este estimula a síntese de corticoides no córtex da glândula suprarrenal.
Para que o ACTH seja produzido, o estímulo do Hormônio Liberador
da Corticotrofina é necessário. Esse hormônio é liberado de duas
maneiras: o estresse e o relógio biológico (relacionado à secreção
desse hormônio em maior ou menor intensidade durante a noite). Nesse
post, nos concentraremos no estresse como forma de liberação.
As pessoas, em geral, têm respostas semelhantes a estímulos externos fisiologicamente falando. Alterações no organismo têm a função de adaptativa a situações de estresse e são chamadas por Hanz Selye de "situação de Síndrome Geral de Adaptação". No sistema nervoso central, ações são coordenadas para regular o sistema nervoso autônomo e o sistema endócrino. O estresse aumenta os níveis de cortisol, que se mantém alto enquanto a situação estressante persistir. A alta concentração (e sua constância) pode danificar os receptores para cortisol, o que acarreta aumento do estresse. Percebemos, então, um ciclo vicioso estresse - cortisol elevado - receptores impotentes - estresse. Os corticoides são substâncias muito relacionadas com o estresse e
exercem influência em diversas vias metabólicas (proteínas,
carboidratos, lipídios, tonicidade dos músculos, integridade do
miocárdio e respostas antiinflamatórias).
Esquema sobre o estresse:
O estresse, metabolicamente, aumenta a glicemia, pois estimula a gliconeogênese. Esse aumento disponibiliza glicose (e consequentemente, energia) para uma possível situação de luta ou fuga. Um ponto importante a ser notado é o possível aumento de peso devido a esse cortisol abundante. A gliconeogênese estimulada causa sensação de fome, e a alta produção de glicose a partir de lipídios e aminoácidos pode acionar a lipogênese.