terça-feira, 19 de novembro de 2013

O uso de hormônios tireoidianos no emagrecimento

                                     É constante a divulgação de dietas para a perda de peso rápido e sem muito esforço com o uso de "medicamentos emagrecedores", principalmente, em uma sociedade que cultua a perfeição do corpo. O uso de hormônios tireoidianos com essa finalidade é comum e precisa de uma atenção especial, haja vista que, é o segundo medicamento mais vendido no ano de 2012, de acordo IMS Health, consultora especializada na área da saúde.      
 
                               
 
                                     De acordo com a endocrinologista Maria Edna de Melo, há uns 20 anos atrás já houve prescrição de hormônios tireoidianos sintéticos para a perda de peso. O uso da levotiroxina sódica (T4 sintético recomendado a pacientes com hipotireoidismo) para o tratamento da obesidade se deve ao fato desses hormônios serem os responsáveis pelo o metabolismo basal. Assim, quando há mais hormônios que o normal ocorre maior gasto de energia, sendo atraente para quem quer emagrecer. 
 
 
 
                                      No entanto, o uso indevido desse medicamento aumenta a velocidade de consumo de energia, provoca perda de massa muscular (leva à fraqueza, deixa os músculos vagarosos e causa tremores musculares), aumenta o gasto de minerais e vitaminas, acelera o funcionamento de outras glândulas e ,assim, desregula o organismo. Além disso, cria um risco cardiovascular podendo gerar uma morte por parada cardíaca e há o risco de desenvolver o hipertireodismo subclinico, entre outros problemas.
 
 
 
 
                                     Dessa forma, e com base do artigo Thyroid Hormone Therapy for Obesity and Nonthyroidal Illnesses: A Systematic Review analisou-se que o uso desses hormônios sintético não é justificável , pois há mais efeitos adversos que benefícios.
                                    
Referencias bibliográficas:
 
http://jcem.endojournals.org/content/94/10/3663.abstract
http://oglobo.globo.com/saude/hormonio-da-tireoide-tem-onda-de-consumo-para-emagrecimento-7339685
http://corticoidesebioquimica.blogspot.com.br/search?updated-max=2013-02-11T08:30:00-08:00&max-results=7&start=14&by-date=false

Hormônios da tireoide relacionada à obesidade


Os hormônios da tireoide são os principais reguladores metabólicos do organismo.

A glândula tireoide é a responsável pela produção desses hormônios: T3 (triiodotironina) e o T4 (tiroxina).

O T3 e o T4 estimulam o metabolismo celular e, consequentemente, a mitocôndria e a respiração celular, além de serem regulados pelo TSH (thyroid-stimulating hormone).

Quando há uma disfunção desses hormônios, o metabolismo energético fica comprometido. No caso do hipotireoidismo, o metabolismo fica lento pela ausência ou queda na produção de hormônios tireoidianos e, no hipertireoidismo, ocorre o inverso, o metabolismo acelera pelo aumento desses hormônios.

Devido a relação que têm com o metabolismo de carboidratos, ocorrendo a disfunção no controle de substâncias chamadas glicosaminoglicanos, há a associação do hipotireoidismo com a obesidade. Essas substâncias passam a se acumulam em diversos tecidos e retêm água.

 

 

Assim como ocorre maior armazenamento desse nutriente e formação de gordura, a queima desse estoque é dificultada, o que gera ações em cadeia como: o aumento dos triglicerídeos, colesterol e, em casos mais graves, a aceleração na formação de placas de gorduras nos vasos sanguíneos.

 

Entretanto, o ganho de peso não pode ser consequência exclusiva da disfunção desses hormônios. Outros fatores também contribuem - alimentação desregrada, sedentarismo, entre outros. Porém, é um alerta para se buscar um acompanhamento do peso com especialistas.




 

Referências:
http://www.drmateusendocrino.com/tireoide/37-hipotireoidismo-e-obesidade-qual-o-tamanho-da-culpa-da-tireoide-no-excesso-de-peso.html
http://blog.globalevoce.com.br/hormonios-da-tireoide-e-obesidade/#.UnkxJHJTvIU 
http://editoraeuropa.com.br/vegetarianos/obesidade-hormonios-da-tireoide/


Ciclo circadiano e corticoides


O ciclo circadiano, também conhecido como relógio biológico, é o período de, aproximadamente, 24 horas (um dia) em que se completam as atividades do ciclo do corpo humano.

O funcionamento do organismo depende de ações rotineiras e cíclicas ao longo do dia. A regulação da temperatura corpórea, o funcionamento do sistema digestório e o estado de vigília são exemplos de ritmo circadiano.

  

O ciclo circadiano é controlado nos núcleos supraquiasmáticos (NSQ) do hipotálamo, e estes, por sua vez, são submetidos ao controle temporal de elementos sincronizadores, entre eles, a luz.

A luz solar do amanhecer estimula o nervo óptico a levar sinal ao sistema nervoso central, que é redirecionado para o NQS, e assim altera a produção dos corticoides.

 




 

Nota-se que, pela manhã, há um pico de cortisol, que serve como um despertador e, nas horas seguintes, o seu nível vai diminuindo, como pode ser observado no gráfico. Esse aumento serve como um preparo para o corpo para as seguintes mudanças metabólicas.

A regulação do cortisol também ocorre por mecanismo de feedback.

Há vários hormônios que estimulam e inibem a síntese de cortisol para que o organismo use somente o necessário para o seu funcionamento sem gastos excessivos.

A variação, ao longo do dia, das concentrações dos corticoides também estão correlacionadas com estados emocionais, ou seja, o psicológico também é capaz de provocar picos ou quedas de cortisol e, como resultado, a alternância de humor das pessoas.

Estudos demonstram que as disfunções na produção de cortisol têm relação com distúrbios de depressão e ansiedade.

Possível perceber, assim, que as variações da concentração do cortisol e alterações em algum desses mecanismos regulatórios implica, ou pode implicar, o desenvolvimento de doenças.



 Referências bibliográficas: 

http://portaldocorticoide.blogspot.com.br/2011/01/regulacao-de-cortisol.html

http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAbA8AG/corticosteroides

http://alexandraweizemann.wordpress.com/2010/02/23/ciclo-circadiano/

http://www.medicinageriatrica.com.br/tag/cronobiologia/

Tireoidite de Hashimoto




     A tireoidite de Hashimoto é uma doença auto-imune, em que o próprio corpo produz anticorpos contra a glândula da tireoide, levando a uma inflamação crônica. Isso acarreta vários problemas, como a deficiência hormonal, o bócio e o hipotireoidismo. Geralmente os anticorpos são contra enzimas existentes na glândula (anticorpos antimicrossomais e antitireoperoxidase) ou contra a tireoglobulina, que é uma das mais importantes proteínas existentes na tireoide, já que são precursoras de hormônios.
 

A doença atinge principalmente mulheres e acredita-se que existem pré-disposição genética, já que várias pessoas de uma mesma família a apresentam.

     Os sintomas da tireoidite de Hashimoto podem ser locais e/ou gerais. O principal sintoma local é o aumento de volume da tireoide e dor local, o aumento de volume de toda a glândula é
denominado bócio difuso. A dor é leve e suportável, quando a dor experimentada for muito forte, deve-se suspeitar de infecção viral (tireoidite sub-aguda) e não doença auto-imune. O principal sintoma geral é a diminuição dos hormônios produzidos pela tireoide, o que leva a uma hipotireoidismo primário.

Outras consequências são: destruição das células do epitélio da tireoide, infiltração linfoide e fibrose; diminuição do tamanho e do número de folículos normais (unidades funcionais da glândula). Alguns sinais e sintomas: cansaço, fraqueza, pele seca, sensação de frio, ganho de peso; edema de face, mãos e pés (mixedema), alopecia difusa (perda de cabelos).

    Nos casos em que ocorre o hipotireoidismo faz-se tratamento específico. Nos casos em que os anticorpos são positivos e a função tireoideana é normal, o paciente deve realizar uma avaliação médica e hormonal periódica (semestral ou anual) e medicado de acordo com sua evolução.

    Apesar de serem detectados anticorpos contra a glândula tireoide, o tratamento com medicamentos que possam eventualmente diminuí-los não está indicado. Assim, pessoas que apresentam anticorpos positivos, não devem ser medicados com corticoides, anti-inflamatórios ou imunossupressores. Os efeitos colaterais dessas drogas são maiores que seus benefícios nesses casos.

   Atualmente, não se conhece formas de prevenção dessa doença.

 
http://www.analiseagora.com/2013/02/o-ser-humano-cansado-precocemente.html
http://www.brasilescola.com/doencas/bocio.htm


Diabetes e a Tireoide


                O diabetes é uma doença onde o organismo não absorve o açúcar disponível no sangue. Isso pode ocorrer devido à deficiência hormonal (insulina) o que caracteriza o diabetes tipo 1. Ou a ineficácia da insulina presente - diabetes tipo 2.
 CORRELAÇÃO COM O AÇÚCAR: O diabetes tipo 2 está relacionado a altas taxas de glicemia constantes. Isso pode ser genético ou consumo exagerado de açúcares, além de outros fatores. Um modo de controlar a doença é diminuir a ingestão de alimentos ricos nesse composto.

                Pessoas portadoras de diabetes tipo 1 tem mais probabilidade (de 30 a 50 vezes) de apresentar outras doenças auto-imunes, o que a correlaciona com a doença tireoidite de Hashimono (uma doença autoimune abordada em outro post do blog, conhecida por ser a causa mais comum de hipotireoidismo). Ou seja, pessoas diabéticas tendem a apresentar mais comumente problemas na tireoide.
                Já o diabete tipo 2 e o pré diabetes também estão relacionados com a tireoide à medida que pessoas com essas condições têm um risco maior de apresentarem anticorpos para a tireoidite de Hashimoto e posteriormente apresentar o quadro de hipotireoidismo.
               De acordo com a especialista Dra. Denise Reis Franco, endocrinologista, mestre pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), diretora científica da Associação de Diabetes Juvenil,  "a estimativa de problemas na tireoide é de 23,4% para pacientes com diabetes tipo 1 e 10,8% para portadores de diabetes tipo 2".


 
               Já o inverso também é verídico, porque o diabetes pode ser influenciado por problemas na tireoide. No hipertireoidismo, existe uma elevação na produção de glicose e consequentemente da glicemia. Em situações normais, a elevação da glicemia pode ser controlada com a produção de insulina, quadro impossibilitado em pessoas diabéticas não tratadas, tanto do tipo 1 quanto do tipo 2.  No quadro de hipotireoidismo, o contrário acontece e é difícil manter a glicemia com episódios de hipoglicemia constantes, além do acumulo de gordura no sangue, o que piora o quadro clínico de diabetes.

 

 Bibliografia

http://www.news-medical.net/health/What-is-Diabetes-(Portuguese).aspx

http://www.latina.com.br/purobemestar/index.php/2012/10/08/mitos-e-verdades-sobre-o-acucar/

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Síntese de Corticóides de um modo geral.

Os corticoides são um conjunto de hormônios esteróides produzidos pelas glândulas suprarrenais (ou adrenais), com importantes funções no organismo humano, dentre elas o equilíbrio eletrolítico (íons e água) e a regulação do metabolismo.
As suprarrenais tem duas regiões básicas: a medula (mais interna), responsável pela produção de catecolaminas - adrenalina, noradrenalina e dopamina - importantes interferentes metabólicos; e o córtex (mais superficial), que produz os corticoides, além de hormônios androgênicos.

O córtex das glândulas adrenais é dividido em :

- Zona Glomerulosa: onde são produzidos os mineralocorticoides, como a aldosterona, responsáveis pela regulação eletrolítica do organismo, sobretudo as taxas de sódio e potássio
- Zona Fasciculada e a Zona Reticular: onde são feitos os hormônios androgênicos e os glicocorticoides, como o cortisol, responsáveis pela regulação do metabolismo de compostos energéticos (lipídios, carboidratos) e efeitos no metabolismo geral (tal como respostas ao stress).


A síntese dos corticoides ocorre a partir das moléculas de colesterol (lipídeo esteroide de 27 carbonos). O córtex das glândulas adrenais usa o colesterol (substância de origem animal, obtida pelo ser humano por meio da alimentação ou por síntese endógena) como precursor na síntese de mineralocorticoides e glicocorticoides.
O colesterol ingerido quando nos alimentamos é absorvido no intestino delgado, seguindo, por meio de lipoproteínas conhecidas como quilomícrons, até o fígado, onde se associa às lipoproteínas LDL e vai, pela corrente sanguínea, para outros tecidos (inclusive para o córtex adrenal, onde se dá a síntese de corticoides) ou é sintetizado pelo próprio organismo, por outra via (que não importa no momento).
O início do processo de síntese dos corticoides ocorre nas mitocôndrias das células do córtex adrenal. A entrada do colesterol nessas mitocôndrias é mediada por proteínas conhecidas como StAR (Steroid Acute Regulatory). Então, enzimas mitocondriais são responsáveis pela clivagem da cadeia carbônica lateral ligada ao carbono 17 do colesterol.
Esse mecanismo envolve a hidroxilação de dois carbonos adjacentes, o 20 e o 22 (gerando um composto intermediário: o 20,22-diidroxicolesterol), e a seguinte clivagem da ligação entre ambos, demandando gasto de NADPH e de O2. Tal processo é catalisado pela enzima P450scc, também conhecida como 20,22-desmolase. Com isso, retiram-se 6 carbonos do colesterol, originando uma substância de 21 carbonos: a pregnenolona.
A partir da pregnenolona podem ser gerados o cortisol (principal glicocorticoide), e a aldosterona, (principal mineralocorticoide) os principais corticoides produzidos.
Após sua síntese, a pregnenolona sai da mitocôndria para o citoplasma, onde é transformada em compostos intermediários, os quais retornam à mitocôndria, e, dependendo da parte do córtex da glândula adrenal em que se encontram, são conduzidos por um conjunto diferente de enzimas mitocondriais à produção dos distintos hormônios corticoides.
O processo de conversão de pregnenolona em aldosterona ocorre na Zona Glomerulosa das glândulas adrenais, em etapas desde a transformação de pregnenolona em progesterona, mediada pela enzima 3β-hidroxiesteroide-desidrogenase; da progesterona, produz-se o 11-deoxicorticosterona (DOC) e a corticosterona, a qual é convertida a aldosterona, já na mitocôndria, por ação da aldosterona sintase. As Zonas Fasciculada e Reticular não possuem essa enzima, portanto, não transformam a corticosterona em aldosterona e acabam secretando corticosterona (um glicocorticoide, com efeitos semelhantes aos do cortisol).

Já a conversão de pregnenolona em cortisol acontece na Zona Fasciculada e Zona Reticular do córtex das suprarrenais, onde o principal componente é a 17-OH Progesterona, que pode ser obtida de duas maneiras: a pregnenolona é transformada em 17-OH Pregnenolona, que é convertida a 17-OH Progesterona ou é transformada em Progesterona, que é convertida a 17-OH Progesterona.


Em ambos os casos, nota-se a participação da P450c17, uma enzima exclusiva das Zonas Fasciculada e Reticular. A 17-OH Progesterona obtida é convertida a 11-Deoxicortisol, o qual volta para a mitocôndria e, por meio da enzima 11β-Hidroxilase, é convertido em cortisol. A enzima P450c17 leva também, nessas duas zonas, à produção de precursores de hormônios androgênicos e "sexuais", como o estradiol. 
Referências:
http://www.scielo.cl/scielo.php?pid=S0370-41062001000500003&script=sci_arttext
http://painel-colesterol.blogspot.com.br/2008/11/metabolismo-do-colesterol.html
http://corticoidesebioquimica.blogspot.com.br/

domingo, 10 de novembro de 2013

Síndrome de Cushing



   A síndrome de Cushing, também conhecida como hipercortisolismo ou hiperadrenocortilismo, é um conjunto de sinais e sintomas que indicam a presença elevada de cortisol no sangue, seja ela pela produção excessiva do hormônio pela glândula Adrenal, por ingestão medicamentosa, ou ainda, como já falado anteriormente neste blog, estresse.



            O cortisol é um hormônio esteroide produzido pelo córtex da Adrenal, fato que o classifica como um corticoide. Sua produção é vinculada ao estimulo do hormônio adrenocorticotrófico (ACTH) pela glândula hipófise e suas funções são, primordialmente: aumento do açúcar sanguíneo pela gliconeogênese, aceleração do metabolismo de várias biomoléculas, tais como os lipídios, carboidratos e proteínas.
            Tendo em vista o supracitado, essa síndrome pode ser causada tanto de forma exógena, por meio da ingestão de medicamentos corticoides, como prednisona e prednisolona (medicamentos geralmente ligados a tratamentos de asma e artrite reumatoide), como também endógena, onde se dá por disfunções na glândula Adrenal e/ou exposição a níveis muito altos de estresse. Existe relação entre tais disfunções e tumores na glândula adrenal, sendo que ela pode advir de tumores ou ainda pode vir a causá-los.
     Os sintomas da síndrome consistem em rápido ganho de peso, particularmente do tronco e face, excluindo-se os braços e pernas, que se mantém com pequenos diâmetros. Um sinal comum é o crescimento dos depósitos de gordura ao longo da clavícula e na parte posterior do pescoço e uma face arredondada (chamada corriqueiramente de face de lua) . Outros sintomas incluem a hiperidrose – transpiração anormal, desnecessária para a regulação da temperatura corporal –, dilatação dos capilares, afinamento da pele – que provoca secura e hematomas, principalmente nas mãos. Pode ocasionar estrias no tronco, nádegas, braços, pernas ou seios, fraqueza muscular, hirsutismo – crescimento de pelos faciais de padrão masculino nas mulheres –, calvície ou cabelos extremamente secos e quebradiços. Em casos raros pode causar hipercalcemia – altos níveis de cálcio no sangue –, que pode levar a necrose da pele.


           Além disso, pode-se identificar como sinais da doença a poliúria – produção excessiva ou anormal de urina.
            Um sintoma bastante relevante, dada a temática central “Açúcar” é a deficiência na tolerância à glicose, resistência à insulina e o possível desenvolvimento de diabetes mellitus de tipo 2 . A resistência à insulina é acompanhada por alterações da pele, como acantose nigricans – escurecimento da pele – na axila e ao redor do pescoço, bem como marcas na pele da axila.
            O tratamento de Cushing’s ainda é um estudo em progresso e de bastante vanguarda na área da endocrinologia, sendo que a hipofisectomia parcial é aceita como o tratamento ideal (BERTAGNA & GUIGNAT, 2013), pois permite uma boa chance de 100% de sucesso, e ainda, caso falhe, permite outras formas de tratamento medicamentoso.
             Entretanto, existem, como estes próprios autores estudam neste artigo, casos onde mesmo após uma, ou até mais cirurgias, há recorrência da doença. Isso se dá por diversos motivos, dentre eles: dificuldade do acesso transnasal, que facilita a execução de uma dissecação imperfeita pela equipe cirúrgica, no caso de tumores; o crescimento de tumores para dentro dos seios esfenoidais, o que faz com que eles dificilmente sejam retirados em sua totalidade e reincidam; ainda o possível erro de diagnóstico, no que concerne a crescimentos tumorais.
            Há também, estudos bastante recentes que pesquisam a ação demedicamentos que funcionam como antagonistas dos receptores de glicocorticoides, tais como a Mifepristone, que em um estudo concluído com 34 pacientes apresentando vários históricos (tais como pós-cirurgia transesfenoidal, após recebimento de radioterapia, entre outros), apresentou melhora em 88% dos pacientes após 24 semanas de tratamento. (BRAUNSTEIN, et al. , 2013).
   
P.S. : O vídeo a seguir ilustra a técnica de acesso transesfenoidal para tumores na hipófise. 
    ( A operação é feita por dois cirurgiões, um otorrino, que faz o acesso ilustrado no vídeo, e um neurocirurgião, que entrará após a exposição da hipófise. O vídeo se encerra com o cirurgião otorrino afirmando que a partir daquele ponto entrará o neurocirurgião. )





BIBLIOGRAFIA      
 
BERTAGNA, Xavier;  GUIGNAT, Laurence. Approach to the Cushing's Disease Patient With Persistent/Recurrent Hypercortisolism After Pituitary Surgery.  Disponível em : < http://jcem.endojournals.org/content/98/4/1307.long > Acesso em : 06/11/2013

BRAUNSTEIN, Glenn D., et al. Global clinical response in Cushing's syndrome patients treated with mifepristone.  Disponível em: <http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/cen.12332/full > Acesso em: 06/11/2013
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Textbook of Medical Physiology. 11th Edition. Pennsylvania: Elsevier Saunders,2006.

WILKINSON, Allan B. Cushing’s Syndrome. Disponível em: <http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC1574387/pdf/califmed00180-0079.pdf>. Acesso: 30/09/2013

domingo, 3 de novembro de 2013

Síntese de Cortisol Devido ao Estresse


   O Hipotálamo é uma região do cérebro muito importante por ativar a hipófise e o sistema nervoso autônomo, quando respostas físicas e psicológicas são necessárias. Por consequência, o sistema endócrino é ativado também pelo hipotálamo. Essa ativação acontece do seguinte modo:O hormônio corticotrófico (ACTH) é secretado na hipófise (estimulada pelo hipotálamo) e este estimula a síntese de corticoides no córtex da glândula suprarrenal.

    Para que o ACTH seja produzido, o estímulo do Hormônio Liberador da Corticotrofina  é necessário. Esse hormônio é liberado de duas maneiras:  o estresse e o relógio biológico (relacionado à secreção desse hormônio em maior ou menor intensidade durante a noite). Nesse post, nos concentraremos no estresse como forma de liberação.

 
    As pessoas, em geral, têm respostas semelhantes a estímulos externos fisiologicamente falando. Alterações no organismo têm a função de adaptativa a situações de estresse e são chamadas por Hanz Selye de "situação de Síndrome Geral de Adaptação". No sistema nervoso central, ações são coordenadas para regular o sistema nervoso autônomo e o sistema endócrino.
   O estresse aumenta os níveis de cortisol, que se mantém alto enquanto a situação estressante persistir. A alta concentração (e sua constância) pode danificar os receptores para cortisol, o que acarreta aumento do estresse. Percebemos, então, um ciclo vicioso estresse - cortisol elevado - receptores impotentes - estresse.
   Os corticoides são substâncias muito relacionadas com o estresse e exercem influência em diversas vias metabólicas (proteínas, carboidratos, lipídios, tonicidade dos músculos, integridade do miocárdio e respostas antiinflamatórias).




 Esquema sobre o estresse:


   O estresse, metabolicamente, aumenta a glicemia, pois estimula a gliconeogênese. Esse aumento disponibiliza glicose (e consequentemente, energia) para uma possível situação de luta ou fuga.
Um ponto importante a ser notado é o possível aumento de peso devido a esse cortisol abundante. A gliconeogênese estimulada causa sensação de fome, e a alta produção de glicose a partir de lipídios e aminoácidos pode acionar a lipogênese.
Bibliografia:
http://www.infoescola.com/anatomia-humana/hipotalamo/
http://www.psiqweb.med.br/site/?area=NO/LerNoticia&idNoticia=42
http://www.labchecap.com.br/novidades/noticias/o-impacto-do-estresse-no-coracao/images/estresse-labchecap.jpg
http://corticoidestireoide93.blogspot.com.br/2011/06/glucocorticoides-e-stress.html
http://corticoides.wordpress.com/2012/06/03/estresse-e-o-cortisol-qual-a-relacao/