segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O uso de corticoides e o aumento dos níveis de glicemia.


O uso de corticoides e o aumento dos níveis de glicemia.

Protagonistas da farmacologia moderna,oscorticoides,atuam em inúmeras atividades no corpo humano,como no metabolismo de carboidratos e proteínas e no controle dos níveis de eletrólitos e água no organismo.Sabendo disso,podemos associar o uso doscorticoides a alterações importantes no organismo dos usuários.Dentre as mais preocupantes alterações,pode-se citar o aumento nos níveis de glicose no sangue,visto que uma das classes de corticoides,os glicocorticoides, desempenham papéis relevantes na forma como o corpo absorve,consome e elimina os açúcares.
A hiperglicemia e o diabetes são atualmente a grande preocupação dos profissionais da saúde e da população em si, uma vez que a alimentação inadequada e o consumo excessivo de açúcar têm elevado drasticamente as taxas de ocorrência dessas doenças na sociedade.Nesse contexto, estudos divulgados em 2010 pela revista AmericanJournal of Medicine revelaram que o uso contínuo decorticoides tende a aumentar os valores da glicemia no sangue.As explicação mais aceita seria o aumento da velocidade do fígado em realizar gliconeogênese, o que gera um suprimento de glicose acima no necessário as tecidos corpóreos.
A união dos dois fatores,consumo elevado de açúcar pela população e uso contínuo de corticoides, revela uma combinação que pode levar ao desenvolvimento de diabetes e outras doenças ligadas ao açúcar do sangue.A prescrição do corticoide deve então ser feita junto do controle dos niveis de glicemia no sangue, e em caso de aumento exagerado,o corticoide deve ser retirado lentamente ou seu uso deve ser feito com maiores espaços de tempo.
Fonte: American Journal of Medicine
          http://linhadiabetes.blogs.sapo.pt/34821.html
          www.mdsaude.com/2009/10/prednisona-corticoides.html


domingo, 13 de outubro de 2013

Tipos de corticoides 1: Glicocorticoides

          Como foi visto, em geral, os corticoides podem ser classificados em três grupos que diferem entre si quanto ao modo de atuação no organismo e suas funções desempenhadas: os glicocorticoides, o mineralocorticoides e os andrógenos.

          1- Glicocorticoides (GC): o mecanismo de atuação desses tipos de corticoides ainda é um tanto complexo e não compreendido totalmente, porém, sabe-se que o processo é influenciado pela inibição e diminuição dos linfócitos e macrófagos. Por terem poderosos efeitos anti-inflamatórios e imunossupressores, a indústria farmacêutica faz grande uso de glicocorticoides na produção de medicamentos sendo os principais: a cortizona e a hidrocortizona, predinisona, prednisolona, metilprednisolona, dexametasona, betametasona, fluticasona e a mometasona, sendo os últimos os mais potentes já que possuem uma maior afinidade com aos receptores citoplasmáticos.
                     
                   1.1- A química dos GC: todos os hormônios esteroides tem um anel característico de 4 membros, mais precisamente o ciclopentanoperidrofenantreno, a diferença fica nas suas ramificações bem como o surgimento de outros anéis e grupos químicos. Estruturalmente, os glicocorticoides apresentam grupos polares, hidroxilas ou cetonas conjugadas, na posição 3 (anel A) e uma cadeia lateral hidroxicetônica na posição 17 (anel D). Grupos cetona ou hidroxila são também comuns na posição 1 (anel C).

Figura : Estrutura molecular da hidrocortisona (cortisol).
                 1.2Ações metabólicas dos glicocorticoides e seus efeitos indesejáveis: os GC reduzem os níveis de glicose e intensifica a gliconeogênese, acarretando hiperglicemia, aumenta o catabolismo ao mesmo tempo que reduz o anabolismo, ocasionando perda de massa muscular, causam efeito permissivo sobre os hormônios lipolíticos e redistribuição de gorduras (Síndrome de Cushing) e reduz a absorção ao mesmo tempo que aumenta a excreção de íons Ca+ ocorrendo em osteoporose.

                   1.3- Mecanismos de ação dos glicocorticoides: os GC interagem com os receptores intracelulares e formam dímeros, que em seguida interagem com o DNA. Isso faz com que modifique a transcrição gênica induzindo a síntese de algumas proteínas importantes no processo anti-inflamatório.


                 Referências bibliográficas:
. KATZUNG, B. G. Farmacologia: Básica & Clinica. 9 edição. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006

  http://farmacolog.dominiotemporario.com/doc/cap%204%20-%20GLICOCORTICOIDES.pdf

Corticoides- noções básicas

O cortisol, hormônio esteróide, é produzido naturalmente pelo o corpo e está presente em grande quantidade durante o sono antes do despertar e, em menores níveis, antes do início do sono, no período noturno.
                          

                   De acordo com o endocrinologista Longui, da irmandade da Santa Casa de Misericórdia-SP, por volta dos anos de 1930 e 1940, o estudo dos corticoides permitiu identificar a ação desses hormônios.

                  A partir daí, descobriu-se o seu vasto campo de atuação no organismo, principalmente, dos glicorticoides, que são muito utilizados na área médica devido a sua ação antiinflamatoria e imunossupressora.
                  Entretanto, essa abrangência de atuação acabou por mostrar uma face desfavorável, os efeitos colaterais, que afetam diversos órgãos e tecidos do corpo.
                  Uma situação: “os corticoesteróides produzem uma tendência à hiperglicemia principalmente devido ao aumento da gliconeogenese hepática e antagonismo periférico à ação da insulina resultando em diminuição da captação de glicose no músculo e tecido gorduroso. (VALENTE; SUSTOVICH; ATALLAH, 1997, p. 1419).
                 Os glicocorticoides podem, por isso, influenciar no aparecimento de diabetes, haja vista que o cortisol em excesso pode provocar a obesidade, resistência à insulina e baixos níveis de colesterol HDL (DI MALZANI, 2012).
                Dessa maneira, antes do seu uso, é necessário confirmar a não existência de diabetes ou afastar a possibilidade de seu surgimento, com a verificação dos fatores de risco.
                Importante ressaltar que o medicamento que contenha corticoide em sua composição não deve ser utilizado sem acompanhamento médico, já que pode gerar um desequilíbrio no organismo, tampouco pode haver alteração da dosagem administrada sem prescrição médica.



                                      

Referências bibliográficas:




Um pequeno post explicativo...

Dentre os estudiosos da área, é comum a classificação dos hormônios secretados pelo córtex adrenal em três grandes grupos: mineralocorticóides, glicocorticóides e androgênicos.
Entender a lógica desses nomes é, na verdade, bem simples e torna a divisão bastante compreensível. Já numa primeira leitura rápida, é possível perceber que “mineralo” deve ser derivado de mineral, o que é exatamente o que compreende essa classe: hormônios que tem como nicho de atuação os eletrólitos (os minerais) dos fluidos extracelulares, com atenção especial para o sódio e o potássio (aqueles da famosa bomba que aprendemos no ensino médio) que tem várias funções dentro do organismo, dentre elas a transmissão de impulsos nervosos.

Imagem de cunho ‘’ilustrativo’’ sem qualquer valor químico ou físico ou científico


O outro nome, por consequência, segue a mesma lógica. ‘’Glico’’ remete a glicose, que demonstra que esse tipo deve ter como atuação primordial o metabolismo dessa substância no organismo, sendo que é um dos responsáveis pelo aumento de sua concentração sanguínea.




O último tipo, que representa a menor proporção dentre os outros, é o androgênico, que recebe o mesmo radical grego andros que é relacionado ao masculino. Sua atuação é basicamente a mesma da testosterona, mas devido a sua pequena secreção, não recebe tamanha importância.
                Em posts futuros,  essa breve explicação será aprofundada ...


Bibliografia:
GUYTON, Arthur C.; HALL, John E. Textbook of Medical Physiology. 11th Edition. Pennsylvania: Elsevier Saunders,2006.


sábado, 12 de outubro de 2013

Ação dos Hormônios Tireoideanos e sua Relação com o Açúcar

A tireoide produz os hormônios iodotironinas (T3 e T4) e a calcitonina (tireocalcitonina - CT). Neste tópico, abordaremos os hormônios tireoidianos propriamente ditos, que são  as iodotironinas.
Vale lembrar que o hormônio T3 (triiodotironina) é o hormônio ativo, e o hormônio T4 (tiroxina) é degradado a T3 pela retirada de um iodo.  Quando o T3 associa-se à membrana plasmática ou a receptores no núcleo celular, ativa alguns processos bioquímicos, tais como:


- Síntese aumentada de RNAm, o que aumenta a síntese protéica.
- Aumento da passagem de aminoácidos pela membrana celular.
- Estímulo da atividade enzimática da ATPase. (Enzima que quebra ATP, liberando ADP, fosfato inorgânico e energia.)


Por serem tão abrangentes, acredita-se que a maioria das células corporais são células-alvo para a ação dos hormônios tireoideanos. Essas ações listadas acarretam várias consequências para as células. Vejamos as mais importantes:


1) Consumo de oxigênio: o efeito é potencializado nos músculos, coração, fígado e rim. Doses muito altas dos hormônios aumentam muito a produção de calor, o que poderia deixar o indivíduo desconfortável.  

E O AÇÚCAR?O açúcar é um carboidrato (glicose) de rápida absorção pelo organismo. Ele é a principal via de formação de ATP, pelas vias glicolíticas, ciclo do ácido cítrico e cadeia transportadora de elétrons.  Desse modo, a demanda energética de carboidratos pode ser aumentada em indivíduos que produzem muito T3 e T4.



2) Metabolismo dos glicídeos: Esses hormônios aumentam a glicemia, pelo exagero da absorção intestinal de monossacarídeos e pela fosforilação do glicogênio no fígado.
E O AÇÚCAR?  Acredita-se que os hormônios da tireoide potencializam a ação do insulina. Por outro lado, a alta ingestão de açúcar em indivíduos com hipotireoidismo (baixa atividade da tireóide, que produz menos hormônios do que o que é necessário para o funcionamento ideal de todas as funções orgânicas) pode agravar a predisposição ao diabetes. 

Essas são os principais desdobramentos dos hormônios tireoidianos no corpo. Outros podem ser observados na tabela abaixo.






Bibliografia: http://www.tuasaude.com/hipotireoidismo/
http://pt.dreamstime.com/foto-de-stock-mol%C3%A9cula-da-glicose-image11063520
Fisiologia aplicada à nutrição; C. R. Douglas, 2ª Edição. Ed. Guanabara Koogan.